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Medidor de glicemia vs. MCG: Qual é a diferença?

Medidor de glicemia vs. MCG: como escolher

Se foi diagnosticado com diabetes, é possível que tenha de controlar os seus níveis de glicemia várias vezes por dia para reduzir a possibilidade de complicações [1]. Poderá fazê-lo de duas formas: com um medidor de glicemia (também conhecido como sistema de monitorização de glicemia) ou com um sistema de monitorização contínua da glicose (MCG) .

Qual o funcionamento destas ferramentas terapêuticas e qual deve escolher? Neste artigo,  apresentamos as características do medidor de glicemia  e do sistema MCG.

 

O que é um medidor de glicemia?

Um medidor de glicemia é um dispositivo que ajuda a medir os níveis de glicose no seu sangue [2,3]. Os níveis de glicose mudam em função do exercício físico, da dieta ou dos medicamentos [2].

Compreender as flutuações na sua glicemia e quais as atividades ou alimentos com impacto na mesma, pode ajudar as pessoas com diabetes e pode ajudar os profissionais de saúde a criar o plano de tratamento mais adequado a cada paciente.

Um sistema de monitorização de glicemia permite-lhe saber se a sua glicemia está muito alta, muito baixa ou dentro do intervalo. Deste modo, pode evitar episódios de hiperglicemia ou hipoglicemia e prevenir complicações graves resultantes da diabetes [4].

Os medidores de glicemia requerem uma pequena amostra de sangue para detetar a glicose ; geralmente, trata-se de uma gota de sangue extraída da ponta do seu dedo [3,4].

 

Como funciona um medidor de glicemia?

Um medidor de glicemia funciona mediante a análise de uma pequena gota de sangue colocada numa tira reativa. A tira reativa contém uma substância denominada glicose oxidase, uma enzima que reage à presença de glicose no sangue [5].

Uma pequena agulha, denominada lanceta, é utilizada para picar o dedo e colher uma pequena gota de sangue [2]. De seguida, a gota é colocada na tira reativa, que é inserida no medidor de glicemia. No interior do medidor de glicemia, existe uma interface para um elétrodo, que é utilizado para obter uma leitura da glicemia [5]. A leitura é depois exibida num ecrã, em unidades de mg/dl ou mmol/l [4].

Quando a tira é colocada dentro do medidor de glicemia, a reação da enzima à glicose gera um sinal elétrico. Quanto mais elevada for a corrente elétrica, mais elevado será o valor da glicose detetada e o número que é exibido no ecrã do medidor de glicemia [5].

 

Medidor de glicemia: como utilizar

Existem ligeiras diferenças entre os medidores de glicemia, pelo que é importante seguir as instruções fornecidas no seu manual de utilizador.

No entanto, de um modo geral, para utilizar um medidor de glicemia irá necessitar sobretudo de [1,4]:

  • Um medidor de glicemia

  • Tiras reativas

  • Uma lanceta de utilização única

  • Sabão e água ou uma compressa embebida em álcool

 

Deverá informar-se junto do seu profissional de saúde sobre qual a melhor hora do dia para realizar o teste e qual a frequência dos testes [1]. Além disso, embora a maioria dos medidores de glicemia funcione com uma picada no dedo, alguns permitem a colheita de uma amostra de sangue do seu antebraço ou coxa. Para informação sobre o local de teste, consulte o manual de instruções do medidor de glicemia [1,4].

Utilizar um medidor de glicemia - notas gerais:  

  1. É importante ler bem as instruções de utilização
  2. Lave sempre bem e seque as mãos antes de começar a utilizar o dispositivo
  3. Verifique previamente os prazos de validade das lancetas
  4. Siga as instruções de cada dispositivo
  5. Tome nota da leitura de glicemia obtida
  6. Elimine a lanceta utilizada em segurança

A sua equipa de cuidados da diabetes também o poderá orientar na utilização do medidor de glicemia.

 

Qual é a diferença entre um sistema MCG e um medidor de glicemia?

Os sistemas de monitorização contínua da glicose  (MCG) passaram a estar disponíveis no mercado no ano 2000, como uma alternativa ao teste de picada no dedo [6]. Ao contrário do medidor de glicemia, um sistema MCG não requer uma amostra de sangue e é razoavelmente discreto [6].

 

O que é um sistema MCG e como funciona?

Existem vários modelos de MCG disponíveis.

Em termos gerais, um sistema MCG é composto por um monitor colocado no corpo com um sensor estreito semelhante a uma agulha que é colocado sob a pele [7,8,9]. Este sensor obtém as leituras de glicose  do fluido intersticial de uma pessoa [7,9], ou seja, o fluido que preenche o espaço entre as células e que fornece nutrientes ao organismo.

As leituras são lidas manualmente ou transmitidas via Bluetooth para um recetor que exibe e regista as leituras [9].

 

Sistema de monitorização contínua da glicose  vs. medidor de glicemia

Se não tem a certeza de qual o sistema mais adequado para si – monitorização contínua da glicose ou medidor de glicemia – é uma boa ideia analisar as  características de ambos.

 

Monitorização contínua da glicose

Existem  algumas características do sistema MCG que podem ser importantes para o utilizador. Em primeiro lugar, um sistema MCG permite registar as medições a cada cinco minutos (ou outro intervalo) [2], ou efetuar 288 leituras por dia [9]. Com um sistema MCG, pode observar as alterações nos seus níveis de glicemia quase em tempo real e receber alertas, que lhe permitem tomar medidas de imediato para prevenir um episódio de  hiperglicemia ou hipoglicemia  [9]. Tal oferece uma cobertura quase permanente dos padrões de glicemia de uma pessoa e uma vantagem na previsão e prevenção de episódios [6].

Um sistema MCG ajuda a obter informações sobre o que acontece quando está a dormir, quando se sente com stress ou quando está a realizar outras atividades diárias [9]. É particularmente útil para pessoas que podem ter níveis de glicemia baixos durante a noite sem que de tal se apercebam [2,6].

Existem estudos que relacionaram a utilização do sistema MCG com um melhor controlo metabólico, um maior tempo no intervalo recomendado da glicemia, menos tempo em hipoglicemia , menor ansiedade e melhor qualidade de vida [10].

Por outro lado, um sistema de monitorização contínua da glicose é mais caro do que um medidor de glicemia [11]. Além disso, o seu funcionamento é relativamente complexo, requer formação e tempo para o utilizador se familiarizar com a ferramenta [11]. Os sistemas MCG requerem um elevado nível de conformidade e interação para gerir os níveis de glicemia [11].

E, mais importante, embora a utilização de um sistema MCG menos invasivo com um sensor sob a pele seja ainda menos dolorosa do que a realização diária de testes de picadas no dedo [9], muitos modelos requerem múltiplas picadas no dedo para calibração com automonitorização da glicemia (AMG) [11]. O sensor está sempre no corpo e tem de ser substituído a cada 3–14 dias, consoante o modelo [11].

 

Medidores de glicemia

De igual modo, existem  características a considerar quanto à utilização de um medidor de glicemia. Os medidores de glicemia obtêm medições precisas das concentrações de glicose no sangue capilar [11], fornecendo os resultados após um curto período de teste [2] com base em apenas uma pequena amostra de sangue [2]. Podem ser utilizados vários locais [2] de teste, o que permite flexibilidade.

A utilização dos medidores de glicemia é também relativamente económica [11] em comparação com o sistema de MCG [2]. Fundamentalmente, são muito utilizados e intuitivos [11], e é fácil aprender a utilizá-los [11]. Os medidores de glicose têm várias funcionalidades. Os modelos modernos inteligentes têm Bluetooth e permitem sincronizar os dados com aplicações de smartphone [2].

A automonitorização da glicemia (AMG) frequente com medidores de glicemia é considerada uma parte fundamental do tratamento eficaz da diabetes e da sua gestão diária [10]. Uma AMG mais frequente foi associada a níveis de HbA1c mais baixos em pacientes com diabetes tipo 1 e em pacientes tratados com insulina com diabetes tipo 2 [11].

 No entanto, há também que considerar que um medidor de glicemia fornece cerca de 4–7 medições por dia [9]. Isto significa que um medidor de glicemia oferece dados mais limitados, comparativamente ao sistema de MCG, pelo que a sua eficácia clínica é também ela limitada [11]. Uma vez que apenas fornecem informações acerca de um único ponto no tempo, é difícil detetar tendências nos níveis da glicemia [8,10].

Os medidores de glicemia podem ser vistos como sendo desconfortáveis [8], pesados [8], incómodos [11] e dolorosos [11].

Fontes

  1. Kirk JK, Stegner J. Self-Monitoring of Blood Glucose: Practical Aspects. Journal of Diabetes Science and Technology. 2010; 4(2):435-439. doi:10.1177/193229681000400225
  2. Mathew TK, Zubair M, Tadi P. Blood Glucose Monitoring. [Atualizado em abril 2023]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2023. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK555976/
  3. "Blood glucose meters,” JDRF. Acedido em fevereiro 2022.
    Disponível em: https://jdrf.org.uk/information-support/treatments-technologies/blood-glucose-meters/
  4. Pickering, Dianne, and Janet Marsden. How to measure blood glucose. Community eye health. 2014; 27(87): 56. https://pdfs.semanticscholar.org/e244/68171435fd9d3e29ade58baf1f1da89fecc5.pdf
  5. “How do blood glucose meters work? Ask an engineer.” MIT School of engineering. Acedido em fevereiro 2022.
    Disponível em: https://engineering.mit.edu/engage/ask-an-engineer/how-do-blood glucose meters-work/
  6. Rodbard D. Continuous Glucose Monitoring: A Review of Successes, Challenges, and Opportunities. Diabetes Technol Ther. 2016; Suppl 2(Suppl 2):S3-S13. doi: 10.1089/dia.2015.0417
  7. Baghelani, Masoud, et al. Non-invasive continuous-time glucose monitoring system using a chipless printable sensor based on split ring microwave resonators. Scientific Reports. 2020: 10(1):1-15. doi: 10.1038/s41598-020-69547-1.
  8. Langendam, Miranda, et al. Continuous glucose monitoring systems for type 1 diabetes mellitus. Cochrane Database of Systematic Reviews 1 2012. doi: 10.1002/14651858.CD008101.pub2.
  9. Funtanilla, Vienica D., Tina Caliendo, and Olga Hilas. Continuous glucose monitoring: a review of available systems. Pharmacy and Therapeutics 2019; 44(9): 550-553. PMID: 31485150.
  10. Dovc, Klemen, and Tadej Battelino. Evolution of diabetes technology. Endocrinology and Metabolism Clinics 2020; 49(1): 1-18. doi: 10.1016/j.ecl.2019.10.009.
  11. Ajjan, Ramzi, David Slattery, and Eugene Wright. Continuous glucose monitoring: a brief review for primary care practitioners. Advances in therapy. 2019; 36(3): 579-596. doi: 10.1007/s12325-019-0870-x.
  12. “Can I get a continuous glucose monitor (CGM) on the NHS?” JDRF. Acedido em fevereiro 2022.
    Disponível em: https://jdrf.org.uk/information-support/treatments-technologies/continuous-glucose-monitors/continuous-glucose-monitor-nhs/
  13. “Continuous glucose monitoring (CGMs),” NHS. Acedido em fevereiro 2022.
    Disponível em: https://www.nhs.uk/conditions/type-1-diabetes/continuous-glucose-monitoring-cgms
  14. NHS Rightcare pathway: Diabetes. Acedido em fevereiro 2022.
    Disponível em: https://www.england.nhs.uk/rightcare/wp-content/uploads/sites/40/2018/07/nhs-rightcare-pathway-diabetes.pdf
  15. “Test strips and monitors,” Diabetes UK. Acedido em fevereiro 2022.
    Disponível em: https://www.diabetes.org.uk/guide-to-diabetes/managing-your-diabetes/testing/test-strips-and-monitors

O que é o Making Diabetes Easier?

O Making Diabetes Easier é uma marca comum ao grupo Air Liquide Healthcare. A VitalAire engloba a atividade da diabetes em Portugal, tendo assim como objetivo facilitar e ajudar no cuidado da diabetes

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