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A diabetes no mundo em 2021

A diabetes é uma doença crónica e grave que ocorre quando o organismo não consegue produzir insulina suficiente ou não consegue usar com eficácia a insulina que produz [1].

Organizações tais como a Federação Internacional de Diabetes (IDF) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) concordam que a diabetes é “uma das emergências de saúde global de crescimento mais rápido do século XXI” [1]. Trata-se de uma preocupação de saúde global que está a aumentar em todo o mundo [2].

Atualmente, em todo o mundo, quantas pessoas têm diabetes? Qual é a distribuição das pessoas que são afetadas e porquê? E para onde caminhamos?

Neste artigo, apresentamos dados estatísticos de 2021 que fornecem algumas respostas a estas perguntas. Também analisamos os países mais afetados, os grupos de pessoas de maior risco e algumas das alterações que podemos realizar para tentar prevenir esta doença.

Diabetes: a situação global em 2021

Diabetes: a situação global em 2021

Em 2021, estimava-se que mais de 500 milhões de adultos (537 milhões) em todo o mundo, entre os 20 e os 79 anos de idade, tinha diabetes [1]. Isto representa uns impressionantes 10,5% da população mundial neste grupo etário [1].

A grande maioria destes casos, mais de 90%, são casos de diabetes tipo 2 [1]. Existem evidências de que a diabetes tipo 2 pode ser prevenida ou retardada [1], o que significa que o número destes casos globais de diabetes poderia, potencialmente, ser evitado.

Além disso, estima-se que existam 541 milhões de pessoas com anomalia da tolerância à glicose (ATG) em 2021 [1], e mais 319 milhões com anomalia da glicemia de jejum (AGJ) [1].

A ATG e AGJ são condições em que os níveis de glicemia são superiores aos valores normais (embora abaixo do limiar de diagnóstico da diabetes) [1, p. 15]. Cada vez mais, o termo pré-diabetes é usado para descrever as pessoas com anomalia da tolerância à glicose e/ou anomalia da glicemia de jejum [1, p. 10]. A pré-diabetes pode potenciar um maior risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2 e complicações relacionadas com a diabetes [1, p. 10].

A mortalidade resultante da diabetes também é elevada. Globalmente, estimou-se que mais de 6,7 milhões de pessoas entre os 20 e os 79 anos viriam a morrer de diabetes e de complicações relacionadas com a diabetes em 2021 [1, p. 33].

Idade, sexo, localização: quais são os grupos de maior risco?

A idade, o sexo e o local onde uma pessoa vive podem influenciar a probabilidade de ter diabetes [1].

  • Idade: as estimativas da diabetes para 2021 mostram uma prevalência crescente da diabetes por idade. As taxas mais baixas entre adultos são registadas nas pessoas entre os 20 e os 24 anos [1, p. 35]. Por outro lado, as pessoas entre os 55 e os 59 anos eram as que tinham mais probabilidade de ter diabetes em 2021 [1, p. 35].

  • Sexo: geralmente, os homens têm mais propensão para o desenvolvimento da diabetes do que as mulheres [1, p. 36]. Em 2021, existiam mais 17,7 milhões de homens com diabetes do que mulheres [1, p. 35].

  • Localização urbana vs. rural: em 2021, 360 milhões de pessoas com diabetes viviam em zonas urbanas, em comparação com 176,6 milhões a viver em zonas rurais [1, p. 36].

  • Região: globalmente, determinadas regiões do mundo são mais afetadas pela diabetes do que outras. O Médio Oriente e o Norte de África, por exemplo, registaram a mais elevada prevalência comparativa de diabetes em pessoas entre os 20 e os 79 anos em 2021 [1, p. 36]. Projeta-se um crescimento desta estimativa para o futuro [1, p. 36].

Números da diabetes por região

Números da diabetes por região

Diabetes não afeta cada país ou região geográfica da mesma forma. Os 10 países onde se regista o maior número de adultos com diabetes são [1]:

  1. China

  2. Índia

  3. Paquistão

  4. Estados Unidos da América (EUA)

  5. Indonésia

  6. Brasil

  7. México

  8. Bangladesh

  9. Japão

  10.  Egito

Os cinco países onde se regista o maior número de mortes resultantes da diabetes são [1]:

  • China

  • EUA

  • Índia

  • Paquistão

  • Japão

Alguns destes países, tais como a China, EUA ou Índia, podem registar uma maior prevalência de diabetes devido ao maior número da sua população [1]. Proporcionalmente, os países com o número mais elevado de mortes associadas à diabetes são Singapura (29%) e Paquistão (29%) [1].

É importante destacar que em regiões como África, Sudeste Asiático e Pacífico Oeste, mais de metade das pessoas com diabetes não estão diagnosticadas [1].

Disparidades de rendimento

A diabetes afeta os países de médio e baixo rendimento de forma desproporcionada. Mais de 3 em cada 4 pessoas com diabetes em todo o mundo são oriundas de países de médio e baixo rendimento [3].

Quase 90% das pessoas com diabetes em todo o mundo, mas que não estão diagnosticadas, vivem em países de baixo rendimento [1, p. 30].

Diabetes em crianças

Diabetes nas crianças

Em 2021, mais de 1,2 milhões de crianças e adolescentes viviam com diabetes tipo 1, e 54% destas tinham menos de 15 anos [1].

A diabetes tipo 1 é a forma mais comum da doença nas crianças e nos adolescentes [1]. Em termos mundiais, existem 1 211 900 crianças e adolescentes com menos de 20 anos com diabetes tipo 1 [1].

A Europa regista o número mais elevado de crianças e adolescentes com diabetes tipo 1 295 000 no total [1].

Embora em muitas regiões não existam dados epidemiológicos representativos da diabetes tipo 2 nos jovens, a diabetes tipo 2 é cada vez mais reconhecida como uma doença crónica emergente nas crianças e adolescentes [1].

Diabetes na gravidez

Diabetes na gravidez

Cerca de 1 em cada 6 gravidezes é afetada por hiperglicemia ( níveis de glicemia elevados) na gestação [1]. Estima-se que a maioria destes casos (entre 75% e 90%) ocorram devido a diabetes gestacional [1], uma condição em que a grávida desenvolve glicemia elevada que surge, ou é identificada pela primeira vez, durante a gravidez [1].

A diabetes gestacional pode originar complicações na gravidez e no parto [1]. As grávidas com diabetes gestacional podem ter bebés que são grandes para a idade gestacional, o que aumenta o risco de complicações na gravidez e no parto, tanto para a mãe como para o bebé [1].

A maioria dos casos de hiperglicemia na gravidez acontecem nos países de baixo e médio rendimento, onde os cuidados pré-natais poderão não estar amplamente acessíveis [1].

Subdiagnóstico

Os valores para a diabetes subdiagnosticada são especialmente elevados. De acordo com estimativas recentes, em todo o mundo, poderão existir 239,7 milhões de pessoas com diabetes sem o saber [1].

É fundamental diagnosticar a diabetes o mais cedo possível [1]. Os diagnósticos precoces da diabetes podem ajudar a gerir a doença, prevenir ou impedir complicações e melhorar a qualidade de vida [1].

Custos para o sistema de saúde

As estimativas revelam que em 2021, os países em todo o mundo despendem quase 1 bilião de dólares em custos para o sistema de saúde relacionados com a diabetes [1]. Isto representa um crescimento de 316% nos últimos 15 anos [1].

Contudo, nem todos os países registam o mesmo nível de despesa. Por exemplo, os países da América do Norte e das Caraíbas despendem até 43% do valor global total na diabetes e problemas de saúde relacionados com a diabetes [1].

Os 10 principais países que gastaram a maior percentagem do seu PIB (Produto Interno Bruto) na diabetes e doenças relacionadas com a diabetes são [1]:

  • EUA

  • China

  • Brasil

  • Alemanha

  • Japão

  • Reino Unido

  • França

  • México

  • Espanha

  • Itália

Em contrapartida, os países que gastaram menos, em 2021, foram a Gâmbia (na África Ocidental) e Nauru (no Sudoeste do Pacífico) [1].

De uma forma geral, os países com rendimentos mais elevados tendem a ter os custos mais elevados relacionados com a diabetes, enquanto países de baixos rendimentos tendem a apresentar os valores mais baixos [1].

A diabetes e a COVID-19

O ano 2021 sofreu todo o impacto de uma pandemia global. A diabetes é uma das doenças pré-existentes que aumenta o risco de uma pessoa desenvolver sintomas graves da COVID-19 e ser hospitalizada [1].

De facto, na primeira vaga da pandemia, as pessoas com diabetes tinham 3,6 vezes mais probabilidades de serem hospitalizadas com COVID-19 [1].

Dessas pessoas que estão hospitalizadas com a infeção do coronavírus, as pessoas com diabetes têm 2,3 vezes mais probabilidade de morrer, comparativamente às pessoas que não têm diabetes [1].

Como é que os números da diabetes mudaram ao longo do tempo?

A prevalência da diabetes, ou seja, o número total de casos de diabetes por população num determinado momento [1], aumentou de forma acentuada nas últimas décadas.

Em 1980, estimava-se que o número total de adultos com diabetes em todo o mundo era de 108 milhões [2]. No ano 2000, este número aumentou para um valor estimado de 151 milhões, o que representava 4,6% da população mundial à data [1].

Atualmente, este número atingiu um valor estimado de 537 milhões, equivalente a 10,5% da população mundial [1]. Isto significa que os números triplicaram desde 2000 [1] e que quase quintuplicaram desde a década de 1980.

Este número crescente de pessoas com diabetes resulta de vários fatores [1]. Pode resultar do aumento da longevidade das pessoas com a doença, devido à melhoria dos cuidados de saúde [1]. Também dispomos de dados com melhor qualidade [1].

Tendências e previsões

Sem uma ação capaz de responder a esta situação, e de acordo com a IDF, estima-se que o número de pessoas que venha a desenvolver diabetes em 2030, ronde os 643 milhões [1]. São mais de 11% da população mundial [1].

Se esta tendência continuar, projeta-se que o número total mundial de pessoas com diabetes atinja os 783 milhões em 2045, o que representa mais de 12% da população mundial [1].

O que pode ser feito?

Assistir a este aumento do número de casos de diabetes no mundo pode parecer alarmante.

Porém, as políticas de cuidados de saúde que incluem campanhas de cuidados destinadas às pessoas com maior risco de desenvolver diabetes, bem como diagnósticos precoces da doença e terapêuticas da diabetes adequadas podem ajudar a melhorar a situação atual sobre a diabetes [2].

Prevenir a diabetes

diabetes tipo 1 tende a ocorrer na infância, mas pode desenvolver-se em qualquer idade [1]. Não pode ser prevenida [1].

Contudo, a diabetes tipo 2 pode, geralmente, ser prevenida [1]. Nos EUA, 9 em cada 10 casos de diabetes são considerados evitáveis [4].

O comportamento individual e as alterações do estilo de vida podem ajudar a reduzir o risco de desenvolver a diabetes [4]. Algumas das medidas que as pessoas podem adotar para reduzir o risco incluem [4]:

  • Praticar mais exercício e passar menos tempo sentadas

  • Manter um peso saudável

  • Adotar uma dieta saudável, composta por cereais integrais, gorduras saudáveis, limitar as carnes vermelhas e evitar as bebidas açucaradas

  • Não fumar

  • Limitar o consumo de álcool

Para além dos comportamentos individuais, nunca deve ser subestimado o papel da comunidade, família, escola, meios de comunicação, políticas de saúde e indústria alimentar na prevenção da diabetes [4]. Estas instituições devem trabalhar em conjunto para facilitar a adoção de escolhas individuais mais saudáveis [4].

Fontes

  1. International Diabetes Federation, IDF Diabetes Atlas 10th edition, 2021. Disponível em: https://diabetesatlas.org/atlas/tenth-edition/
  2. Standl, E., Khunti, K., Hansen, T. B., & Schnell, O. The global epidemics of diabetes in the 21st century: Current situation and perspectives. European journal of preventive cardiology, 2019; 26(2_suppl), 7-14. doi: 10.1177/2047487319881021
  3. International Diabetes Federation, IDF Atlas, Key global findings 2021. Disponível em: https://diabetesatlas.org/
  4. Harvard T.H. Chan School of Public Health, The Nutrition Source, Simple Steps to Preventing Diabetes. Acedido em junho 2022. Disponível em: https://www.hsph.harvard.edu/nutritionsource/disease-prevention/diabetes-prevention/preventing-diabetes-full-story/

O que é o Making Diabetes Easier?

O Making Diabetes Easier é uma marca comum ao grupo Air Liquide Healthcare. A VitalAire engloba a atividade da diabetes em Portugal, tendo assim como objetivo facilitar e ajudar no cuidado da diabetes

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